É como se tivessem herdado a bicicleta do pai e nunca mais quisessem outra, mesmo sendo ela agora pequena demais para o seu tamanho. Cai aos pedaços, mas não quiseram nunca experimentar versões melhoradas dela. Foi o caso daquele senhor pobre que se machucara na velha bicicleta e a quem o médico, cuja casa ele guardava, ofereceu uma outra mais sólida. Não quis. Sua velha bicicleta tornara-se inadequada e obsoleta, mas era dela que ele gostava!
A fé é dinâmica! Acrescenta sabedoria, mas a maioria das pessoas fica no que aprendeu e chega a se zangar com quem propõe algo novo. Ofendem-se com o pregador que propõe um novo jeito de ver aquela Doutrina, sem negá-la. Sofrem do que Carl Jung chamou de “misoneismo”: medo do novo, qualquer tipo de novo.
O conservadorismo da maioria das pessoas pode ser resumido numa só expressão: “já sei o que preciso!” Mas alguém precisa dizer a elas que isso não é conservar: é deixar mofar...
Conservar é algo bom, mas até o ato de conservar precisa ser dinâmico. Os museus estão todos os dias renovando suas técnicas, para que o antigo não se corrompa. É também o caso dos alimentos na geladeira e de produtos que duram anos.
Há, porém um conservadorismo perigoso: o que rejeita novos caminhos, mesmo que sejam melhores. Quem sofre de misoneismo precisa repensar a sua vida. Nem tudo o que é novo é bom,mas também nem tudo o que é novo é mau. Nem tudo o que é antigo era mau, mas também nem tudo era bom. Sabedoria é ficar com o bom e melhorá-lo.
Esse texto foi extraído da Revista Brasil Cristão – Fevereiro 2009 – Pág 15.
Texto escrito por Pe. Zezinho, SCJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário